As chuvas que atingem o Rio Grande do Sul devem deixar um prejuízo milionário ao agronegócio gaúcho e as enchentes, que atingiram parte das lavouras de soja, milho, arroz e também áreas de pecuária, devem fazer os preços desses produtos e derivados subirem nas próximas semanas em todo o Brasil.
A lista pode incluir o arroz, derivados de soja como óleo, rações, derivados de trigo, e de milho.
As principais áreas atingidas pela forte chuva incluem os vales, planalto e encosta de serra, onde os gaúchos cultivam soja e milho, arroz, uvas e criam gado de corte.
A colheita da soja e do milho da safra de verão ainda não havia sido finalizada no estado e o que sobrou das lavouras, que seria colhido nesta semana, foi perdido.
O mesmo ocorreu nas lavouras de arroz do estado, principal produtor nacional do cereal.
O Rio Grande do Sul é o principal produtor de arroz no Brasil.
No início da safra, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou uma produção equivalente a 7,4 milhões de toneladas, cultivados em uma área de 900 mil hectares.
A primeira safra de grãos do Rio Grande do Sul, da temporada 2023/2024, ainda não foi finalizada e as áreas cultivadas estão localizadas nas regiões que mais sofrem com as enchentes.
Um levantamento feito apontam que as perdas da safra de soja podem chegar a 5 milhões de toneladas.
O Rio Grande do Sul responde por 15% do esmagamento nacional do grão.
Os impactos das chuvas também atingem a cadeia produtiva de carnes no Rio Grande do Sul, incluindo bovinos, frangos e ovos.
Com as enchentes, os produtores estão tendo dificuldades logísticas e rações e insumos, como caixas e embalagens, não chegam às propriedades.
O transporte de animais, com destino a frigoríficos, está suspenso já que as estradas estão bloqueadas em quase todo o estado. Com isso, a programação de abates foi alterada.
O estado produz 11% da produção de carne de frango e 19,8% da produção de suínos nacional, que são direcionados para consumo nas gôndolas do próprio estado e para a exportação.
A população gaúcha deverá enfrentar desabastecimento de produtos até a retomada do sistema de produção, o que poderá demorar mais de 30 dias.
E os demais estados compradores de carnes do estado também podem ter prejuízos.
Fonte: Exame
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